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regen.ERA: A Renascença Psicodélica

Agradecimento Especial Festival de Forró da Lua Cheia - Que nos convidou para levar o tema e roda de conversa para a celebração dos 30 anos do festival.


PSICODELIA

Do grego:

psychē (ψυχή - alma) - na Cabala a Alma Sensitiva dēloun ( δηλειν - manifestação - tornar visível, revelar)


A experiência caracterizada pelo reconhecer do inusitado poder da mente de encontrar a exuberância criativa livre de obstáculos, indo ao encontro com o despertar místico, religioso, hipnótico, transcendental onde a alteração das sensações, cores e formas pode nos apresentar o estado não ordinário de consciência, uma oportunidade de manifestação do pensamento visionário.

O termo psychedelic foi cunhado em 1957 pelo psiquiatra Humphry Osmond para nomear um grupo de substâncias psicoativas, no qual se incluem os cogumelos com psilocibina, cactos com mescalina, a Salvia divinorum, a ayahuasca (daime), o LSD, haxixe, etc. O termo psicodélico significa “o que torna a mente manifesta”, tendo se disseminado a partir dos anos 1960, associado ao movimento hippie e à contracultura underground. Fato menos conhecido é que, antes da proibição do LSD, mais de 1000 pesquisas foram realizadas com a substância, indicando enorme potencial para usos diversos (terapêuticos, espirituais, científicos, etc.), apesar da grande intensidade e imprevisibilidade dos efeitos psicológicos experimentados. Documentos históricos evidenciam ser milenar o saber de que a qualidade das experiências psicodélicas depende não apenas de características das substâncias (o phármakon é sempre ambíguo, em seu poder de tratar e envenenar), como também do indivíduo e do contexto de uso. No contemporâneo, estamos experimentando tanto a falência do paradigma da guerra às drogas, quanto de quaisquer perspectivas reducionistas em relação ao tema. A recente enxurrada mundial de pesquisas com psicodélicos é a ponta do iceberg de experimentações estético-políticas nos modos de perceber e transformar a realidade.

RENASCENÇA

Morfologia de renascer.

Do Latim: RENASCI (“nascer de novo”, de RE-, “outra vez”, mais NASCI, “nascer”)

O Homem Vitruviano - Leonardo da VInci 1490


Foi no século de XV e XVI que o papel do artista na sociedade ganhou um novo estágio de expressão, onde ele assumiu além de seu talento artístico um papel de inventor e cientista, manifestando sua individualidade e passando a assinar as suas obras. No início do século XV o surgimento de academias de arte também reforçou o reconhecimento da produção artística como uma atividade intelectual.

Neste período a procura pela beleza criada pelas mãos do homem alcançou, através da utilização de técnicas cientificas, patamares jamais vistos pela humanidade até então. Fazendo com que Deus não fosse mais o criador da beleza, mas sim o Homem, seu talento e sua destreza no processo de criação. Obras que estudavam as proporções do homem e a descoberta de medidas áureas - que mais tarde seriam encontradas na natureza - geraram um sentimento de orgulho em relação a condição humana, tornando o Homem a mediada de todas as coisas, o centro da criação.


​​Na arquitetura, através do trabalho de muitos artistas, entre eles Felippo Brunelleschi (1377 ~ 1446), os estudos de profundidade e as leis da geometria surgiram. Assim, houve uma busca para que os edifícios fossem concebidos dentro destas proporções áureas e alinhadas às dimensões do corpo do ser-humano.


Grande parte da produção de arte do século XV e XVI foi impulsionada também por um forte desejo de potencializar faculdades como a gramática, a retórica, a história, a poesia e a filosofia. Esse movimento considerava que as obras clássicas gregas e romanas deveriam servir como modelos para a educação, pois só através do conhecimento o homem se aproximaria de seu arquétipo ideal. Assim a produção intelectual e o pensamento manifestado pela cultura da renascença, sobretudo em textos literários e filosóficos, é chamada de Humanismo.


Neste período, o desenho e a gravura ganharam grande destaque, pois com a crescente demanda de arte pelos mecenas, que financiavam a produção artística, a necessidade da apresentação de "projetos" das obras que seriam concebidas eram vitais, e por vezes estes projetos eram mais belos que a própria obra, fazendo deste processo de "desenhar o projeto" uma atividade intelectual e científica. Um dos belos fatos da Renascença foi quando através de um concurso de portas esculpidas, Lorenzo Ghiberti e Felippo Brunelleschi, após escolhidos seus projetos, em um mecenato que

perdurou 21 anos, criaram portas tão belas que poderiam dar acesso a paraísos terrestres. Esta série de portas foi chamada de "Portas para o Paraíso".


A busca da representação da geometria dimensional culminou na descoberta da perspectiva cientifica que foi aperfeiçoada por Giotto, pelos irmãos Lorenzetti e por Duccio, que realizaram experiências como o ponto de fuga único e a superfície base. Mais tarde os trabalhos de Masaccio transformaram seus quadros em janelas abertas para o expectador, introduzindo os raios visuais e a linha do horizonte nos cálculos das perspectivas geométricas de suas obras e também a técnica de formas que perdem a nitidez quando o objeto estiver mais ao longe, o tornando esfumaçado e suas cores se tornando mais frias, criando a perspectiva aérea. A renascença abriu então um forte movimento de estudos nas artes e nas ciências como um todo, marcando um período de transição da idade média para a idade moderna. Surgiram neste período obras como "O nascimento de Vênus" de Botticelli (1480 ~1485) que composta segundo as leis da perspectiva geométrica, representa os primórdios filosóficos do período da renascença. É possível também citar o artista e inventor Leonardo da Vinci que - seguindo o conceito encontrado na obra "Os 10 livros da Arquitetura" de um raciocínio matemático das proporções do corpo humano, escrito pelo arquiteto Romano Marco Vitruvio Polião (século I a.C) - manifestou em 1490 a obra "O Homem Vitruviano" cujas dimensões apresentam as proporções áureas para o corpo humano, segundo o ideal clássico de beleza.

O nascimento de Vênus - Botticelli (1480 ~1485)

Será que os Psicodélicos levarão a sociedade a uma nova fase de arte, ciência e espiritualidade?


Pensar em uma Renascença Psicodélica - como podemos encontrar no título do livro de Ben Sessa "The Psychedelic Renaissance" - vem se tornando crescente entre os profissionais de saúde. Como exemplo a substância MDMA, onde o Instituto norte americano MAPS a utilizou para tratamentos de casos graves de estresse pós-traumático. Outro fato, são publicações em jornais respeitosos aqui no Brasil sobre os possíveis efeitos regeneradores e produtores de neurônios ligados a uma betacarbonina chamada de Harmina encontrada na Ayahuasca, bem como as recentes pesquisas anunciadas em rede nacional sobre os benefícios da Cannabis no tratamento de Alzheimer e Parkinson temos o sentimento de que este reencontro com a psicodelia esta se estendendo a cultura ampla da sociedade.


O Ser Humano Vitruviano (A Mulher e o Homem) - Amanda Sage 2016 @ Burning Man



Assim é possível pensar que uma Renascença Psicodélica seja mais do que um guia para as práticas psicoterapêuticas, mais do que a inauguração de uma era de religião baseada na experiência, mais do que um enriquecimento de campos acadêmicos e artísticos; este contexto renascentista pode ser um porto de partida para uma visão realista e expandida do que nossas mentes são, o que elas podem se tornar e como podemos ter uma interação maior com nosso planeta.


No atual cenário observado, vemos que uma temática adormecida chamada de "Ciência Psicodélica" ligada a saúde está presente em discussões políticas. Mas quais outros contextos psicodélicos se tornarão amplamente aceitos? Quais novas perspectivas irão surgir e que discussões pisco-políticas podemos antecipar para os próximos anos?


Um modelo de quatro elementos

Quando pensada a Renascença Psicodélica, segundo Thomas B. Roberts, para elucidar estes momentos é possível elaborar um processo de quatro estágios: ciência, religião, intelectual, mental. Não se trata de uma teoria sequencial, nem uma teoria em que uma nova etapa substitua a predecessora; cada estágio se constrói completamente e naturalmente no seguinte. Enquanto estamos no estágio médico, alguns precursores de seus estágios subsequentes estão aparecendo, mas vamos pensar o termo "estágio" para significar o tempo quando a cultura geral adota os psicodélicos. Gradativamente, enquanto as pessoas se sentem mais a vontade com as experiências e com estas substâncias, os novos estágios vão se consolidando.


Quando perguntamos: "Que políticas terão que ser desenvolvidas para cada estágio?", é importante reconhecer que "política" tem dois braços: regulação por leis e regulamentos por convenções sociais. Porque estes braços interagem constantemente, qualquer tentativa bem sucedida de mudar um, deve incluir o outro. Levando-nos para além da discussão de hoje, sobre as mudanças regulatórias da fase médico-neurocientífica, o modelo deste processo de 4 estágios nos alerta sobre a atuação política e da sociedade que deve manter o olho aberto para quais idéias e ideais nos levarão para a fase seguinte.



A fase da Ciência Psicodélica


Atualmente, este campo vem sendo amplamente divulgado nos meios de comunicação formal, e provavelmente deve, porque a nossa cultura coloca muito de seu foco tecnológico na prioridade na cura de doenças. Além disso, os resultados científicos e médicos podem ser observados, medidos e / ou rentáveis: gostemos ou não, esses resultados são altamente valorizados pela sociedade em geral, levando à aceitação social dos psicodélicos.




St. Hoffman and the LSD Revelation Revolution - Alex Grey 2006



Além de testar tratamentos os pesquisadores clínicos estão descobrindo os benefícios das experiências místicas, assim eles levantam naturalmente questões religiosas e espirituais durante seus processos. Tópicos e experiências produzidas experimentalmente incluem: significado espiritual, perda de ego, encontro com o significado, senso de sacralidade e valores como altruísmo e abertura de espírito. Cientistas estão derrubando a hostilidade histórica do ocidente na psiquiatria, psicologia e neurociência em relação às experiências místicas, xamânicas, práticas orientais de meditação, yoga, tantra e substâncias psicodélicas. Estes tipos de experiências podem gerar fenômenos místicos produzindo o que poderíamos chamar, segundo Edgar Franco, de consciência transcendente e integralizadora; as pesquisas atuais envolvendo casos de ansiedade da morte, PTSD, o apego e outros problemas estão levantando inadvertidamente tópicos espirituais e religiosos.


The alchemist - Joseph Heinz 1650



Além das descobertas na neurociência ligadas a esta onda espiritual, observamos na ciência psicodélica a construção do 2º estágio de nosso processo, possibilitando elaboramos uma provável neuroteologia. Como resultado, o abismo histórico pós-iluminista entre medicina/ciência por um lado e religião por outro está sendo superado e na próxima fase pode até levar à uma teologia experiencial.


Os problemas políticos nesta fase são em grande parte os de satisfazer as normas estabelecidas das comunidades médicas e científicas, reformulando as leis federais e estaduais para adequar-se aos fatos clínicos e científicos emergentes destas substâncias. Determinando padrões e protocolos profissionais e encorajando os financiadores, para realizamos juntos nosso direito cívico de conhecer a fundo o reino da Ciência Psicodélica envolvendo a substância MDMA, THC e outras.


O significado espiritual, a perda de ego, a significação e o senso de sacralidade da pesquisa clínica combinada com a neuroteologia experimental conduz-nos logicamente a estudos religiosos experimentais e naturalmente nos leva ao estágio espiritual-religioso da Renascença Psicodélica.


A Fase Espiritual-Religiosa


A união dos Opostos - Kuba Ambrose 2016



Em seus usos religiosos e espirituais, os psicodélicos são chamados enteógenos, ou seja, eles produzem uma experiência em que se sente o reino espiritual ou é sentida dessa maneira. Há uma discussão enorme e complexa sobre este tópico, e talvez graças a acatalepsia acredita-se que ele nunca será resolvido - como muitos outros tópicos religiosos.


Enquanto o estágio da ciência psicodélica, onde o levante médico-neurocientífico está ganhando reconhecimento público, o estágio espiritual-religioso é geralmente camuflado da visão da população em geral. A partir do modo como as coisas parecem agora - mesmo apesar de no Brasil algumas correntes religiosas como as que consagram a AYAHUASCA já serem tradicionais - o estágio espiritual-religioso está apenas começando no mundo. Então temos que igrejas utilizam legalmente plantas mágicas psicodélicas enteogenicamente, que a psicoterapia psicodélica está levando a ideia dos estados não-ordinários de consciência para sociedade, que publicações como esta que você tem acesso agora estão caminhando da margem da sociedade em direção ao seu centro e estes acontecimentos estão aumentando neste século. Estamos longe de uma plena floração, mas sementes visionárias estão sendo semeadas e estão brotando.


Enquanto as questões de política na fase médico-neurocientífica estão longe de serem diretas, as políticas espiritual-religiosas são relativamente mais complexas; elas se entrelaçam com a liberdade religiosa, a consciência pessoal e os problemas de estabelecimento da religião. Então, como é que as normas padrões aplicadas a um "meio menos restritivo" das leis da liberdade religiosa se aplicam aos enteógenos? Com que base os tribunais podem decidir o que é e o que não é um uso religioso?


Uma religião deve incluir um grupo organizado, clero e / ou teologia? Se há membros, quantos? Abraão e Sara foram suficientes para iniciar o judaísmo, e 13 apóstolos fizeram isso pelo cristianismo. As leis de drogas escritas e aplicadas para a investigação médica e científica aplicam-se à religião organizada e à consciência pessoal? Podem os tribunais determinar quando o uso de uma pessoa é verdadeiramente religioso / espiritual e não apenas um escudo para fazer uso de drogas ilegais? Quem é que sabe o suficiente para tomar estas decisões de forma inteligente?


Bicycle Day - Alex Grey 2013



Será que a perspectiva cada vez mais comum, "Eu não sou religioso. Eu sou espiritual" se tornará uma corrente humana? Entre as pessoas que conheço, os psicodélicos contribuíram para a razão pela qual algumas delas assumissem essa posição. Quando os usos enteogênicos dos psicodélicos são descartados como "recreativos", as pessoas que levam sua religião enteogênica a sério sentem-se, com razão, insultadas. Quando uma ordem religiosa, um seminário ou outra organização religiosa reconhecida quer realizar experimentos enteogênicos, é necessária permissão governamental? Quem consegue dizer "sim" a um grupo e "não" a outro? Gosto de imaginar o que poderia acontecer se cursos universitários que estudassem novas religiões emergentes, estudos religiosos e tópicos relacionados tivessem experiências de laboratório experimental com enteógenos. De quem é o poder de autorizar estes estudos acadêmicos?


Embora não seja seu objetivo as atuais leis psicodélicas regulam as práticas religiosas e a pesquisa teológica; Elas restringem o surgimento de novas religiões, como por exemplo a prisão arbitrária decretada do Ras Geraldinho em 2012 em Americana, interior de São Paulo, fundador da Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião que consagravam o uso religiosa da CANNABIS e a retenção dos passaportes de artistas visionários na Espanha por portarem cristais de LSD. Assim vemos que temos bastante rodas de conversa nesta segunda fase para manter várias gerações de especialistas em política e éticistas ocupados.


As idéias levantadas para a teologia, a filosofia religiosa, a psicologia da religião, e outras formas de estudos religiosos insinuam seus paralelos congruentes em outros campos acadêmicos. A medida que os tópicos específicos do estágio espiritual-religioso se generalizam para reinos intelectuais mais amplos, eles descobrem um continente de infinita criatividade e avançamos naturalmente para o estágio intelectual-artístico, metafísico, que pode ser chamado enternecidamente de Visionário.


O terceiro elemento: o Sentimento Visionário através da Arte.



A Iluminação do Rei Salomão - E. G. Boccara



A arte e os artistas mais sensíveis sempre estiveram atuando em primeiro nas mudanças dos paradigmas da estética e da temática de suas tribos, assim as comunidades artísticas e intelectuais já estão usando seus campos para descrever e compreender as experiências psicodélicas desde a muito tempo, mais especificamente desde a Arte Rupestre. No mundo das artes, isso toma a forma de trabalhos que descrevem as próprias experiências dos artistas em suas obras, tentativas de estimular experiências semelhantes em suas audiências, sensações intensificadas e descobertas perceptivas. Nas academias, os acadêmicos estão acumulando informações sobre como suas disciplinas têm ou não abordado psicodélicos, fazendo perguntas: "Como a (coloque aqui a disciplina que você estuda) contribuir para a nossa compreensão dos psicodélicos?". Encaixando então, a temática visionária dentro de atividades acadêmicas tradicionais. E também novas ideas frutos de experiências psicodélicas podem enriquecer as disciplinas atuais.

The dark side of the moon - Tuco Amalfi 1990


É possível ainda verificarmos uma frente de exploração, por hora ainda pouco desenvolvida, que está usando os psicodélicos como método de pesquisa para gerar novos ENOCs(estados não-ordinários de consciência). Como uma forma de pensar fora da caixa, eles potencializam novas ideias, teorias, algoritmos e paradigmas. Neste ritmo de descoberta, é possível pensar, em uma nova palavra como enteocriatividade como um reino de criatividade em contato com o sagrado. Tornando sentimento psicodélico uma metodologia de pesquisa visionária. O que será que nosso cérebro é capaz de desenvolver se não for tencionado a experiências através da guerra? Quais tecnologias podem surgir se meditarmos além...

Prayer for peace - Hakan Hisim 2015


Assim como o estágio espiritual-religioso tem questões de política e de liberdade religiosa, o estágio intelectual-artístico tem questões de política na liberdade acadêmica. Embora, a liberdade acadêmica seja apoiada pela convenção social e não pela lei, mesmo que não seja seu objetivo, as leis atuais sobre substâncias psicodélicas restringem a liberdade acadêmica e artística. Se alguém se atrever a fazer a pesquisa, para muitos, talvez até a maioria, dos mais de 10 milhões de brasileiros que já que tomaram psicodélicos(ONU), talvez os pesquisadores descobririam que essas experiências são comumente classificadas não só como as mais espiritualmente significativas, mas também como um grande estimulo criativo para a educação, atuando de forma intelectualmente enriquecedora, artisticamente criativas, cientificamente intrigantes, filosoficamente expressiva, eticamente altruístas, poderosamente transformadoras e psicologicamente criando momentos saudáveis nas vidas destas pessoas.


Confesso que já experienciei estes sentimentos psicodélicos algumas vezes, e também já me deparei com preconceitos acadêmicos e sociais direcionados a sessar a discussão desta temática a sentenças minimas, como a internação, levando até a decadência do assunto, tratado como algo velado e de gente inconsequente. Outros que seguem os seus interesses científicos, o desenvolvimento estético e os juízos éticos enfrentam fatos semelhantes, de modo que a sociedade como um todo é empobrecida. Pois bem, experiências psicodélicas fornecem evidências a favor e contra várias ideias. Negligenciá-los é ferir o livre pensar e nos tribunais, proibi-los prejudica a justiça para com os cidadãos do planeta Terra. Além de seus perspicazes usos intelectuais, artistas de todos os tipos encontram nas experiências psicodélicas inspirações visionárias, criadoras de ideias, estimuladoras dos sentidos e mudanças de perspectiva nos paradgmas psicológicos de suas vidas. Escolas de arte, como é o caso da The Vienna Academy of Visionary Art, conservatórios e instituições similares tem feito da arte oriunda de estados não-ordinários de consciência (ENOC) uma plena oportunidade criativa. Lembrando que os ENOCs, segundo Antar Mikosz, podem ser obtidos por processos de meditação, yoga, tantra, pela dor e também pelos psicodélicos. Se estes ENOCs e as artes produzidas nestes momentos da consciência contam para alguma coisa, deveríamos nos proibir o uso psicodélicos para gerá-los?

A Caverna - Antar Mikosz


Além de todos estes tópicos a serem estudados, ocorre então uma grande evolução intelectual quando os pensadores passam a utilizar psicodélicos para pensar com eles - como um método de pesquisa conceitual. Assim, os tópicos do estágio intelectual-artístico de criatividade transcendente e integralizadora do paradigma Psicodélico/Visionário nos move naturalmente para o quarto elemento deste processo - o estágio do design da mente.


O quarto elemento: O design da mente

Rogério Teiji Geômetra

Dan Carlo Ferrari